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segunda-feira, 10 de março de 2008

Jornal, Rádio e Televisão - O início e uma Visão Geral

Com a ameaça de uma invasão de Napoleão Bonaparte e seu exército, a família real portuguesa veio instalar-se no Brasil em 1808. Várias iniciativas foram instauradas no país, para que melhorasse os serviços da colônia, e uma das primeiras medidas adotadas por D. João VI foi abrir os portos brasileiros para as nações amigas, proporcionando a capacidade de importar. A Inglaterra, por sua vez, se aproveitou disto para exercer sua influência sobre o Brasil. Os comerciantes ingleses deixaram seu país, vindo para o Brasil; com isto, trouxeram sua cultura e suas idéias. A chegada da corte também permitiu mudanças na educação: foram fundadas novas escolas e o ensino superior foi implantado, tornando o grau de instrução dos estudantes mais alto.
Em 1808, D. João autorizaria a Imprensa Régia, que se sujeitara a forte censura impedindo a divulgação de qualquer coisa contra o reinado e a família. O primeiro item ligado às atividades da imprensa apenas surgiria em meados de setembro daquele ano, onde foi publicado “A Gazeta do Rio de Janeiro”. Este publicava notícias sobre os costumes europeus, documentos da corte e comportamento da família real, portanto era veiculado apenas matérias favoráveis à corte. Em 1809, surgiam também algumas publicações não-oficiais, como “O Correio Brasiliense” ou “Armazém literário”. O responsável por esse jornal era Hipólito José da Costa, maçônico que redigia o jornal na Inglaterra e mandava para o Brasil por meio ilícitos, como contrabando.
Em 1918, a Revolução do Porto pôs fim ao absolutismo português e exigiu a volta de D. João VI em 1820. A independência logo viria. Um dos maiores exemplos do papel da imprensa na independência foi o “Revérbero Constitucional Fluminense”, escrito por Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, em setembro de 1821, informando sobre os regrários do novo tipo de governo, o império.
Enquanto o processo de transição de regimes ocorria, surgia o primeiro jornal impresso de São Paulo, em 1823, chamado “Farol Paulistano” com notícias que retratavam principalmente a burguesia e latifundiários.
Após a independência, a imprensa viveu um período de agressões aos jornalistas. A aristocracia rural brasileira, liderada por José Bonifácio, perseguia os seus opositores. Os liberais radicais e seus jornais foram os principais alvos. Diante dessa situação, o jornal “Malagueta Extraordinária”, de Augusto May, criticou a falta de liberdade da imprensa e o abuso de autoridade do governo, porém recebeu muitas ofensas como resposta e, não bastando isto, foi espancado violentamente em sua casa.
Os jornais não davam trégua aos portugueses, embora a Assembléia Constituinte e o imperador fizessem parte do maior centro de atritos. Com o espancamento do jornalista David Pamplona, a situação tornou-se mais grave. Pedro I, então, dissolveu a Assembléia Constituinte, dando força à imprensa. A liberdade de imprensa já era garantida mesmo pela Constituição de 1824. Bernardo Joffily citava:"Cada corrente tem seu porta-voz", mas, ainda assim, "há órgãos apolíticos: o Diário do Rio de Janeiro nem noticia o Grito do Ipiranga; defendendo às ações do governo.
Nos tempos de maior exaltação na campanha já pela governo republicano (1870 - 1889), surgem dezenas de jornais que não duraram mais que alguns meses. O jornal “A República”, surgiu no Rio de Janeiro, em 1870 e ficou famoso pela publicação do manifesto republicano. Em São Paulo, o “Correio Paulistano” agitava a opinião pública sobre a abolição e a República. Nesta época já haviam jornais espalhados por todo o país. Em 16 de novembro de 1889, o jornal republicano “A Província de São Paulo” publicava em letras ocupando toda a página: "Viva a República” e passava a se chamar “O Estado de São Paulo”. Entre os jornais cariocas da época imperial estavam, em primeiro grau de importância, a Gazeta de Notícias e O Paiz, os maiores de então e os que sobreviveram mais tempo, até a Era Vargas.
Já no período republicano do Brasil grandes mudanças ocorrem no Brasil, como em 1907, onde o carioca Gazeta de Notícias entra para a história sendo o primeiro jornal editado em cores no país ou, ainda, em 1909 com a idéia e o planejamento da fundação da Associação Brasileira de Imprensa, que se consumaria em 1910.
Surgia em 7 de setembro de 1922, no centenário da Independência do Brasil um novo meio de transmitir notícias, em que o acontecimento era a abertura da Exposição do Centenário, no Rio de Janeiro, pelo presidente Epitácio Pessoa, acompanhado pelos reis da Bélgica. O discurso de abertura de Epitácio Pessoa foi transmitido para receptores instalados em Niterói e São Paulo, através de uma antena instalada no Corcovado. No mesmo dia, à noite, a ópera O Guarani de Carlos Gomes foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes instalados na exposição, assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do Brasil: A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Roquette Pinto a emissora foi doada ao governo em 1936 e existe até hoje, denominada Rádio MEC.
Até então, notícias e artigos só poderiam ser lidos e vistos de forma estática – Jornal – ou apresentadas de um modo onde a ferramenta era a fala – o Rádio –, mas surge um veículo que traria notícias e fatos em imagem e som, trazendo ao espectador um contato indireto com a situação apresentada. A primeira transmissão de televisão no Brasil foi a tramissão de uma jogo de futebol. Foi em 28 de setembro de 1948. O responsável foi Olavo Bastos Frias. Mais tarde, em 18 de setembro de 1950, a TV Tupi de São Paulo, fez a primeira transmissão comercial televisiva do Brasil, tornando o país o quarto a possuir uma emissora de televisão, atrás apenas de Estados Unidos, Inglaterra e França. Pouco tempo depois, em 20 de janeiro de 1951, é inaugurada a TV Tupi do Rio, com a sua primeira transmissão, na festa de lançamento da emissora, mostrando uma entrevista com o cantor francês Maurice Chévalier, um dos mais famosos do mundo na época, feita pelo jornalista Arnaldo Nogueira. Essa entrevista foi realizada no primeiro progrma de entrevista da TV brasileira – Falando Francamente, apresentado pelo mesmo.
Assis Chateaubriand, jornalista foi o principal responsável pela transmissão jornalista dono da então poderosíssima rede de empresas de comunicação Diários Associados. Chateaubriand convidou vários jornalistas e ex-radialistas como Arnaldo Nogueira e pessoas famosas já naquela época como Hebe Camargo para apresentarem a primeira transmissão. Arnaldo Nogueira o fez, mas a hoje apresentadora Hebe Camargo acabou não comparecendo ao estúdio no horário da transmissão. Hebe Camargo participou das transmissões já a partir do segundo dia da televisão no Brasil. Em uma desssas apresentações pioneiras, ela teria cantado o "Hino da Televisão", mas sua participação no primeiro dia de transmissão foi substituida por Lolita Rodrigues.
Na primeira transmissão da TV Tupi (nome que a PRF-3 assumiu dois meses depois), uma das três câmeras preparadas para a transmissão pifou, mas os operadores conseguiram transmitir com perfeição. Lima Duarte espalhou a história (que dizem ser falsa) de que que a causa da pane foi Chateubriand ter quebrado uma garrafa de champagne na câmara, como se estivesse inaugurando um navio. O show de inauguração foi no Museu de Arte de São Paulo.
Depois da TV Tupi de São Paulo 1950 e da TV Tupi do Rio de Janeiro, em 1951, começaram a surgir várias outras emissoras como a TV Paulista, no ano seguinte. Logo viria a que hoje é a mais antiga televisão brasileira em atividade, a Rede Record, fundada em 1953 na cidade de Saõ Paulo. Esta se tornou uma rede de televisão de alcance nacional a partir de 1990, e atualmente está presente em todo o mundo através da Record Internacional.
Em abril de 1965, na Cidade do Rio de Janeiro, foi fundada a Rede Globo de Televisão, que se tornou hoje a maior rede de televisão do Brasil, também com alcance em todo o mundo pela Globo Internacional. Tudo era ao vivo na TV brasileira dos anos 1950 (o videoteipe só surgiria anos depois). Como não havia profissionais especializados em televisão, os redatores de rádio eram chamados em grande quantidade. Hoje não é fácil acharmos registros (imagens, vídeos, documentos) sobre o surgimento da TV em no Brasil, mas para contribuir com o enriquecimento de nossa história, Arnaldo Nogueira escreveu seu livro de memórias que leva o nome de seu primeiro programa, Falando Francamente (2006 – que também foi o ano de sua morte). O livro possui vários documentos e detalhes do surgimento da TV, como eram os programas, fala um pouco da vida do jornalista e comentários de Franklin Martins: "Nos tempos heróicos da TV, falava-se francamente, mas o acaso muitas vezes comandava o espetáculo".



Referências Bibliográficas


http://pt.wikipedia.org. Rádio(Comunicação). Janeiro de 2008.

http://pt.wikipedia.org. Imprensa no Brasil. Dezembro de 2006.

http://pt.wikipedia.org. Televisão. Dezembro de 2007.

Alvim, Adilson Siqueira. Pontes, Caio. Guimarães, Décio. Dicionário enciclopédico Formar.Jornal, página 58 e 59. Editora Formar: 1995, 2ª edição.

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